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07/10/2010

Bunkers

A primeira coisa que me chamou a atenção nesta reportagem é a foto dos bunkers espanhóis: são na verdade casas de Hobits! Quem assistiu o filme "O Senhor dos Anéis" sabe do que eu estou falando. 

Mas enfim, tantos séculos de avanços técnicos para acabar na mais primitiva habitação, a caverna. Apesar da brincadeira há que se admitir que estes bunkers são construções tecnicamente avançadas. 

Ainda assim acho muito interessante, em pleno século XXI, a existência deste tipo de construção, isso fala muito a respeito da essência do ser humano individualmente e coletivamente, expressa também um dos nossos medos mais profundos: a morte.
Entretanto, entidades não biológicas parecem revestidas de imortalidade. Uma empresa, uma técnica, uma cultura... todas elas tem prazo de validade, digamos, indefinido e como não estão restritas pela decriptude da carne esse “indefinido” tem ares de infinito, eterno.
Porém sabemos que um cultura, por exemplo, também morre, deixa de existir, ou passa por uma transformação tão grande que se perde de suas origens (tornado-se algo novo) que decreta o fim do anterior.

De forma análoga um planeta pode morrer.

 Bem, o ser humano, como coletividade, sente-se infinito e creio que essa é uma das causas para nosso comportamento irresponsável em relação ao nosso planeta.
Somos eternos e na pior das hipóteses nosso legado sobreviverá!
Será isso que é realmente verdade?

Esse tipo de bunker “de sobrevivência”originalmente foi pensado para que, pelo menos alguns, sobrevivessem ao inverno nuclear e que o legado humano não extinguisse.
No entanto, hoje, quando não existe o mesmo terror da hecatombe nuclear como existiu há algumas décadas, continuamos construindo bunkers de sobrevivência.

Porquê?

Em partes porque a ameaça de holocausto nuclear continua existindo, mas fundamentalmente porque a cada dia o ser humano, descobre mais sobre a sua fragilidade em contraponto â sua conduta temerosa
.
Os bunkers hoje são portanto um grito desesperado da humanidade, que teme o pior.: um planeta que definhe e em suas convulções mortuárias destrua a todos  nós.
Mas fiquem calmos, alguns sobreviverão (acho), mesmo que seja ao custo de $ 154.000...para cada 24 pessoas.
Que novo mundo chato...sem latino-americanos, sem africanos...só uns norte-americanos, uns espanhóis, TODOS os suíços, QUASE TODOS os finlandeses, alguns alemães e uns russos. Isso que dá ser terceiro mundo...é o primeiro que acaba.

29/05/2010

Hobits


Espanhóis criam bunkers para se proteger do 'fim do mundo'

Bunker na montanha (Crédito: GSE 2012)
Os bunkers são subterrâneos e foram construídos como cavernas nas montanhas.
Um grupo de pessoas na Espanha se juntou para construir abrigos em diferentes pontos do país para se proteger do que eles acreditam que será o fim do mundo, na data profetizada pelos maias, 2012.
Não importa se a profecia falhar: eles têm certeza de que diante das mudanças climáticas, dos desastres naturais, da instabilidade das manchas solares e da ameaça nuclear, convém ter um refúgio.
"Não somos apocalípticos, mas queremos evitar os riscos. Um país como a Espanha, que tem centrais nucleares que são alvo da al-Qaeda, não conta com um nível de segurança muito alto diante de uma grande catástrofe", explicou à BBC o presidente do Grupo de Sobrevivência da Espanha 2012 (GSE), Jonatan Bosque.
"Na Suíça, toda nova construção vem com seu bunker. Aqui, quem tem este tipo de refúgio são pessoas endinheiradas. Somos uma organização não-lucrativa e o que queremos é que os bunkers estejam ao alcance de todos", acrescentou.
Três anos em um bunker
O GSE conta com 180 sócios e vários projetos nas serras de Madri, Granada e Aragão. Os bunkers, subterrâneos e construídos como cavernas nas montanhas, estão protegidos por uma capa de 60 centímetros de concreto e contam com filtros de partículas radioativas para evitar a infiltração de resíduos tóxicos ou a passagem de radiação ou bactérias.
Além disso, os refúgios têm geradores elétricos que funcionam a diesel, sistemas de refrigeração e dispensas para mantimentos, sementes e plantas.
"É possível permanecer até três anos em seu interior respirando ar puro, mas tudo depende da capacidade de gestão dos ocupantes, dos alimentos. Você não vai encontrar iogurtes desnatados te esperando", ressaltou Bosque.
"A questão é que se você está diante de uma catástrofe, como a explosão de Chernobyl, você não vai poder sair durante vários anos."
Interior de bunker
Os bunkers têm geradores elétricos e dispensas para mantimentos e plantas.
Preços
O catálogo dos bunkers inclui um inspirado no metrô de Londres, que é vendido nas versões família (54 metros para 24 pessoas) e comunitária (600 metros para 150 pessoas). Os bunkers são projetados para serem cravados na montanha, como se fossem os quartos de um barco que vai enfrentar uma grande inundação.
"Os bunkers grandes podem custar por volta de US$ 150 mil (cerca de R$ 275 mil) e os pequenos por volta de US$ 4 mil (R$ 7,3 mil). Com um montante entre US$1,8 mil (cerca de R$ 3,3 mil) e US$ 3 mil (cerca de R$ 5,5 mil) por pessoa pode-se ser proprietário de um bunker", explicou o responsável do grupo.
"Porém, não é uma casa. Seu uso é para emergências. Para ter acesso aos bunkers é preciso pertencer à cooperativa, assim evitamos especulações com os preços."
Neste sentido, o GSE 2012 planeja arrecadar dinheiro de empresas para que este tipo de refúgio tenha acesso público e seja financiado pelo Estado.
A profecia maia
Depois de ver o filme "2012", sucesso de bilheteria e que foi inspirado nas profecias maias, que mostra um mundo de cidades destruídas e mares revoltos, Bosque saiu convencido de que tinha visto uma comédia.
"É muito exagerado, mas acreditamos que há um aumento dos desastres naturais como consequência da atividade das manchas solares", afirmou.
"A própria Nasa anunciou uma tormenta solar sem precedentes para 2012. Provavelmente ficaremos sem luz e nosso estilo de vida vai entrar em colapso, mas também existem vozes, como a do escritor holandês Patrick Geryl, que falam em uma inversão dos pólos magnéticos da terra, com consequências geológicas drásticas", explicou Bosque.
"Não é para construir um bunker para se sentir seguro. Tem de se desenvolver protocolos de atuação para todo tipo de catástrofe, por mais remotas que elas pareçam, como as tormentas solares."
"Há pouco tempo a província de Gerona, na Catalunha, ficou sem luz por causa de uma nevasca. Eles sabiam que o cabeamento elétrico tinha de ser trocado porque estava obsoleto, mas não o fizeram."